Qualidade da Imagem Radiográfica

 

INTRODUÇÃO

    A qualidade da imagem radiográfica se refere à relação dos princípios físicos que regem a formação com a aparência dessa imagem. A qualidade diagnóstica da imagem leva em consideração o tipo de informação que se pretende obter da imagem. Uma imagem radiográfica de boa qualidade deve reunir o máximo de contraste e nitidez, primando sempre pela maior proteção radiológica possível do paciente.

NITIDEZ DA IMAGEM RADIOGRÁFICA

    A nitidez pode ser definida como a delimitação mensurável dos detalhes de uma imagem, ou seja, uma boa visualização dos contornos de uma região anatômica. A falta de nitidez de uma imagem, também denominada flou, corresponde a uma imagem com contornos pouco definidos (borrados). Pode ser dividida em dois grupos: estática (geométrica) e dinâmica (cinética).

Falta de nitidez estática (geométrica)

    É determinada, basicamente, pelos fatores geométricos da formação da imagem radiográfica, tais como: tamanho do foco; distância foco-anteparo; distância objeto-anteparo; e no sistema analógico, o contato filme-écran, já abordados anteriormente (Capitulo 5, Formação da Imagem Radiográfica) (Figura 8.1).

Falta de nitidez dinâmica (cinética)

É causada pelo movimento (voluntário ou involuntário) do órgão ou da região examinada. A eliminação da falta de nitidez dinâmica é obtida pela redução do tempo de exposição (Figura 8.2).

CONTRASTE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA

     O contraste pode ser definido como a diferença entre as densidades ópticas máxima (preto) e mínima (branco) da imagem radio- gráfica, podendo ser influenciado pelo nível de exposição e pela radiação espalhada.


Figura 8.1 (A e B) Falta de nitidez estática, provocada por uma deficiência do contato filme-écran (A). Falta de nitidez provocada pelo aumento da distância foco-anteparo (FOA) (B)


Nível de exposição (kV e mAs) 

    Como foi visto anteriormente, as interações do tipo fotoelétricas resultam em maior contraste da imagem radiográfica do que as interações do tipo Compton. Para reduzir o número de interações Compton, aumentando as do tipo fotoelétricas, deve-se reduzir a energia total do feixe de radiação (redução do kV). Assim, há consequente aumento da intensidade do feixe (aumento do mAs). Isso deve ser feito com critério, pois acarreta aumento da "dose-pele" (dose de radiação na pele) no paciente (ver Capítulo 9, Proteção Radiológica). 

Radiação espalhada ou difusa 

    Também denominada radiação secundária, corresponde à radiação gerada em função das interações Compton, que reduzem o contraste da imagem radiográfica. A imagem radiante, que corres- ponde ao feixe de radiação após sair do objeto e antes de atingir o anteparo (chassi [filme radiográfico] ou detector digital), tem uma grande proporção de radiação espalhada (secundária) que atinge o anteparo (chassi [filme radiográfico] ou detector digital) por igual, alterando as áreas mais claras da imagem. A radiação espalhada (secundária) é tanto maior quanto: 

  • Maior for o volume do corpo atravessado. 
  • Maior for a densidade da matéria irradiada. 
  • Maior for a energia do feixe de radiação (alto kV). Aumenta rapidamente de intensidade a partir de 80kV. 
  • Maior o tamanho do campo irradiado. 

    A radiação espalhada (secundária) deve ser eliminada ou reduzida ao máximo possível, para evitar perda da qualidade da imagem radiográfica. Isso pode ser obtido mediante a limitação do campo irradiado, com a utilização de grade antidifusora ou pela técnica do espaço de ar (air gap).

Fonte: Técnicas Radiográficas, 2ª ed. | Antônio Biasoli Jr.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Formação das Imagens na Radiologia

Radiologia - Aplicativo Simulador de Técnicas Radiográficas